domingo, 22 de maio de 2011

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914 – 1918)
A vida nas trincheiras


A Primeira Guerra Mundial ou Grande Guerra foi o primeiro conflito armado que envolveu todos os continentes do planeta. Seu epicentro foi a Europa, mas, países americanos, asiáticos e colônias africanas participaram, mesmo nominalmente, nessa que foi a primeira guerra moderna, onde populações civis passaram a serem atingidas, matando cerca de 18 milhões de pessoas, além dos milhões de mutilados.

Os antecedentes que prepararam o caminho para o conflito podem ser sintetizados em três contextos. o desenvolvimento econômico da Alemanha, o nacionalismo dos povos balcânicos e a disputa imperialista dos países europeus.

 No primeiro contexto, a Alemanha, que surgiu como nação moderna com sua unificação na segunda metade do século XIX, sob a liderança do chanceler Otto Von Bismark, ameaçava a hegemonia política e econômica da Inglaterra como maior potência mundial.

Península Balcânica
No caso do nacionalismo dos povos balcânicos, as unificações da Alemanha e da Itália motivaram os povos da região da península balcânica (sérvios, croatas, bósnios entre outros), cada qual com sua cultura, a formarem nações autônomas e independentes. È importante lembrar que essa região, leste europeu, sofria os interesses de muitos impérios, mas diretamente dos impérios austro-húngaro, turco-otomano e russo. Outro aspecto importante com relação aos bálcãs é sua localização geográfica, se situando entre a Europa e o Oriente Médio, sendo essa última região rica em petróleo (assim como o Norte da África).

Por  último, a disputa por colônias fornecedoras de matérias primas, entre os impérios europeus (como foi a disputa entre a Alemanha e França pelo Marrocos no Norte da África) caracteriza o momento de tensão política, econômica e militar que a Europa vivia nas primeiras décadas do século XX. O barril e o rastilho de pólvora já estavam prontos, restava a fagulha que detonaria o conflito.

 Esse contexto, de uma forma geral, engendrou a formação de alianças na Europa entre as nações, levando em consideração o conjunto de interesses e garantia de defesa mútua entre os países europeus. Das muitas alianças formadas as mais importantes e que desencadearam a guerra foram:
Tríplice Aliança: Impérios alemão, austro-húngaro e turco-otomano.
Tríplice Entente: Inglaterra, França e Rússia.

Atentado ao príncipe herdeiro a Áustria.
A morte do príncipe herdeiro ao trono Austro-Húngaro ( Francisco Ferdinando) na Sérvia, em visita diplomática, foi o fagulha necessária para explodir a guerra. A declaração de guerra da Áustria à Sérvia, que lutava pela união dos povos eslavos (sérvios, bósnios, croatas, romenos, entre outros) com o apóio da Rússia, desencadeou a política de alianças dando início ao conflito.

A Alemanha (Europa central) desenvolveu a guerra em duas frentes, a Leste contra a Rússia e a Oeste invadindo a França pela Bélgica. Numa primeira fase a guerra foi de movimento, caracterizada pelo ataque de tropas com a utilização, pela primeira vez na história, de canhões, aviões e submarinos. Essa fase vai de 1914 a 1915. De 1915 em diante a guerra se torna um conflito de posição ou trincheira. Nessa fase, a mais terrível do conflito, cada metro de território era disputado violentamente, com milhares de soldados mortos. A entrada dos EUA na guerra em 1917, com seu potencial industrial e humano, foi decisivo para a vitória dos aliados da Entente.

O fim da Guerra foi formalmente acordado por muitos tratados na França, sendo o Tratado de Versalhes o mais importante. Esse tratado, que não teve a assinatura dos EUA por propor uma acordo sem vencedores, responsabilizou a Alemanha pela guerra, determinando seu enfraquecimento e desmilitarização. Os alemães foram ainda obrigados a pagar uma pesada indenização, perdendo suas colônias e parte de seu território.



Palácio de Versalhes
O Tratado de Versalhes também oficializou a Liga das Nações. Instituição internacional que funcionou como fórum de entendimentos entre as nações na defesa da paz. Contudo, a Liga das Noções nasceu fadada ao fracasso por não ter entre seus signatários os EUA, a Rússia, agora socialista, e a derrotada Alemanha.

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É importante lembrar que a Segunda Guerra Mundial não foi um conflito de ordem ideológica. Ou seja, a guerra não foi fruto de propostas de mundos diferentes do capitalismo. O conflito foi resultado dos interesses geopolíticos e econômicos no jogo das forças capitalistas. Em outras palavras, o enorme desenvolvimento das forças capitalistas, associadas aos contextos descritos acima, levaram a Europa ao desastre da guerra total (destruição incondicional do inimigo). Nas palavras do historiador Eric Hobsbawm: “o céu era o limite”.

O desfecho da Primeira Guerra não dirimiu os problemas que a causaram. Ela fortaleceu a supremacia econômica e financeira dos Estados Unidos, da Inglaterra e da França. Entretanto, essa supremacia seria contestada vinte anos depois por novas ideologias e pela crise capitalista de 1929.