sábado, 20 de agosto de 2011



TEXTO 5: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


Hitler fala à juventude nazista. Reparem nos valores e no tipo de paz desenvolvidos ao longo do discurso para os jovens.


No intervalo de tempo de 1919 a 1939, foram gestadas forças ideológicas, antagônicas, que levaram o mundo à Segunda Guerra Mundial.  Os desdobramentos do Tratado de Versalhes, que gerou sentimentos de ódio e revanchismo na sociedade alemã, o crescimento da esquerda e das idéias socialistas em toda a Europa, influenciadas pela Revolução Russa de 1917, mais, as crises sociais decorrentes da crise financeira do capitalismo de 1929, resultaram em um contexto político-social que levou ao crescimento de movimentos antisocialistas, antidemocráticos, de caráter totalitário,  como o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha, apoiados e financiados pela burguesia européia. Portanto, naquele momento, podemos dizer que, o socialismo, a democracia liberal e o nazifascismo faziam parte dos vértices de um triângulo ideológico naquele momento na Europa

O antisocilismo do nazifascismo traduzia-se no Pacto Anti-Komintern. Alemanha, Itália e Japão, segundo esse pacto, colocavam-se contra o expansionismo soviético, sobretudo nas fronteiras com a China. Por outro lado, o direito ao espaço vital, como principio básico para o ressurgimento da Grande Alemanha, era visto com tolerância e omissão entre ingleses e franceses. Na verdade, montava-se um cenário extremamente belicoso na Europa, cujo cenário era formado pela guerra ideológica entre o capitalismo, o socialismo e o nazifascismo, esse cada vez mais poderoso.

 A Guerra Civil Espanhola foi emblemática nesse contexto. Ela serviu como ensaio para a Segunda Guerra. Com um governo republicano, formado por uma frente popular inspirada na Internacional Comunista, a Espanha sofreu um golpe liderado pelo geral Franco, que defendia os interesses mais conservadores da sociedade espanhola (classes proprietárias e Igreja católica). Franco esmagou o governo constitucional espanhol com a ajuda de Hitler e Mussolini. Enquanto isso, as principais democracias européias (Inglaterra e França) nada fizeram em auxilio a Espanha. Em outras palavras, se por um lado o crescimento das forças antidemocráticas não agradava as democracias liberais européias, menos conveniente seria o crescimento da política social democrata, com forte influência do socialismo.


Guernica.
(Painel pintado por Pablo Picasso, 1937, representando o bombardeio sofrido pela cidade espanhola, do mesmo nome, por aviões alemães) 


A Segunda Guerra Mundial tem seu inicio no ano de 1939, mas, quais foram os acontecimentos que fizeram as democracias européias declararem guerra à Alemanha de Hitler? O território alemão se situa na Europa central, dentro do principio do espaço vital a Alemanha deveria buscar sua expansão pelos quatro cantos da Europa. Esse movimento começa em 1938 com as anexações da Áustria e dos Sudetos (territórios da Thcecoslováquia). Entretanto, o curioso, foi a postura permissiva de ingleses e franceses em relação a essas anexações, legitimadas, com o apoio da Itália, no Tratado de Monique. Mas, surpresa maior nos meios diplomáticos, foi o pacto germano-soviético de não agressão.  Esse acordo entre Hitler e Stálin deu carta branca para que a Alemanha invadisse a Polônia, gerando expectativas em Stálin que as forças nazistas se voltassem para o oeste, em direção a França e Inglaterra. Nesse momento, Alemanha, Itália e Japão já formavam o Eixo Roma - Berlim – Tóquio, uma aliança entre esses países, de ajuda mútua, contra qualquer agressão externa. Em 1º de setembro a Alemanha invadiria a Polônia, não deixando escolha para Inglaterra e França, iniciava-se a Segunda Guerra Mundial.

Em 1940, o poderoso Exército alemão, com o apoio de sua força aérea, marcha, desta vez em direção aos países ocidentais. Em operações relâmpagos (Blitzkrieg) ganha a Holanda e a Bélgica. Hitler vai dominando a Europa ocidental pelas beiradas, até entrar na França e controlar, em acordo com o governo Francês, mais da metade do território daquele país. Em 1941, boa parte da Europa já estava dominada pelo Reich Alemão, direta ou indiretamente. Bulgária, Romênia, Hungria aderiram ao projeto de Hitler; Suíça, Suécia, Turquia, Portugal e Espanha permaneciam neutros, sendo esses dois últimos paises governados por regimes totalitários e antidemocráticos (Franco na Espanha e Salazar em Portugal). 


Mapa político da Europa antes da Segunda Guerra Mundial

Restava a Inglaterra. Sob o comando do Primeiro Ministro Winston Churchill, os ingleses conseguiram resistir heroicamente aos ataques da Luftwaffe (força aérea alemã), levando Hitler a desistir das ilhas britânicas. Ao Norte da África, a guerra no deserto, que tinha como alvo principal o controle das reservas de petróleo, permaneceu indefinida entre alemães e ingleses até 1942.

Famoso discurso de Winston Churchil, proferido na Câmara dos Comuns, em 4 de junho de 1944.  



Já no sudeste asiático, o Japão, membro do Eixo, uma monarquia militarista de tendência expansionista, invadia a China promovendo massacres entre a população civil. As ambições japonesas iam de encontro aos interesses dos EUA na região. O conflito entre esses dois países torna-se uma questão de tempo, quando o Japão desfere um ataque surpresa a base naval americana de Pearl Harbor (Havaí), matando milhares de militares americanos. O presidente norte-americano, Franklin Delano Roosevelt, declara guerra ao Eixo, obtendo uma vitória significativa apenas em 1942, na batalha de Midway.


Cenas do filme Pearl Habor  (Michael Bay, 2001)


Uma vez dominada a Europa ocidental, com exceção da Inglaterra, Hitler volta-se ao leste, em direção a URSS. Três milhões e meio de soldados alemães invadem a Rússia. Hitler parece subestimar o numeroso Exército Vermelho e ignorar o maior amigo dos russos, o frio, cometendo o mesmo erro de Napoleão em 1812. Em 1942, na cidade de Stalingrado, se dá a mais sangrenta e decisiva batalha da Segunda Guerra, arrastando-se por meses, disputada palmo a palmo, entre prédios e trincheiras. Em novembro do mesmo ano, vencidos pelo cansaço e pela fome, os alemães são cercados e rendidos. A sorte da Guerra começava a mudar.


Trailer do filme, Circulo de Fogo (Jean Jacques Annaud, 2001)


Enquanto isto, a oeste, a contra-ofensiva dos países aliados se dá com o desembarque das tropas americanas e inglesas na Normandia (França). Esse ataque ficou na história como dia D. Entretanto, essas operações são adiadas até 1944, para o desespero de Stálin, que travava um guerra decisiva e sangrenta contra os alemães em seu território. Na análise de muitos historiadores, essa demora se explicava na intenção dos países capitalistas em ver a URSS se desgastar ao máximo na guerra contra os alemães. A vitória dos aliados mostrou que esses, juntos, dispunham de maior recursos humanos e de matérias primas, sobretudo, Rússia, na Europa, e China, o sudeste asiático. Entretanto os EUA, mais uma vez, foram os maiores vencedores, seu PIB (produto interno bruto) cresceu cerca de 85% entre 1939 e 1945, com a maior parte dos investimentos direcionados para a infraestrutura industrial.


Cenas do filme, O Resgate do Soldado Rayn, com o ataque costeiro dos aliados na Praia de Omaha, durante a Batalha da Normandia (Steven Spielberg, 1998)


Numa demonstração de força, os EUA lançam a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima. Era 6 de agosto de 1945, o dia mais triste da Terra. O objetivo, além de acabar com a resistência japonesa, era evitar o avanço soviético no Pacífico. Três dias depois foi a vez de Nagasaki. Trezentas mil pessoas morrem instantaneamente e outras milhares sofreriam terríveis conseqüências, por gerações inteiras, com a exposição à radiatividade liberada pelo ataque.


Matéria do Fantástico sobre a bomba de Hiroshima.(Hélio Costa - 1976)
parte I


parte II